domingo, 8 de maio de 2011

Rock In Rio 2011 Farofado - EU NÃO VOU

Que porcaria de Rock in Rio 4 será este em setembro de 2011, com a presença do pagodeiro Martinho da Vila e as baianas do axé Ivete Sangalo e Claudia Leite. Uma farova de péssimo gosto e que não tem nada a ver com rock ou pop.

Cade o Kiss, ACDC, Scorpions, White Snake, Deep Purple, Ozzy, Iron Maiden, Pearl Jam, entre outras que com certeza teria um público de nivel intelectual elevado, mas infelizmente com a mercantilização da cultura, do entretenimento e esporte, favorecendo uma mediocrização em prol do lucro garantido, os festivais de música tendem a piorar cada vez mais o seu elenco de atrações, visando atrair gente cada vez menos intelectualizada, consumista, disposta a gastar muito dinheiro com qualquer futilidade que vierem pela frente.

Um povo que não é exigente em qualidade de vida não costuma ser exigente culturalmente. O que as autoridades oferecerem está ótimo. Só colocar um pouco de pompa, jogo de luzes e muitos dançarinos para o povo ficar embasbacado, pensando que viu a 8ª maravilha do mundo. A copa e as olimpíadas estão vindo aí para ludibriar a turba de deslumbrados. O Rock in Rio 2011 serve de aperitivo a esses eventos. E o Rock in Rio também tem o seu aperitivo.

Esse papo de "todos os ritmos" é propaganda enganosa. Em Salvador, há um consenso entre os não-roqueiros (maioria) de que "rock" é tudo igual, sobrando até para o que não é rock. Para se ter uma ideia: Queen, New Order, Beyoncé, Strokes e Iron Maiden, nomes tão díspares na realidade, para boa parte dos soteropolitanos, eles fazem absolutamente o mesmo som. Ignorância musical que faz com que as atrações internacionais sejam armengadas (geralmente 5º escalão), pois "vale qualquer um".

Este ano teremos mais uma edição do Rock in Rio. Deve ser uma ruindade amplificada. Apesar de um número maior de atrações internacionais, realmente sintonizadas com o que a mídia mostra, a qualidade musical ainda ficará a desejar. E para piorar, no primeiro dia não teremos rock, pois as atrações que já foram confirmadas serão Katy Perry e Rihanna (que fazem dance music), Elton John (que gosto, mas considero um cantor de música romântica - embora ninguém ache) e a popularesca Claudia Leitte, que já fez das suas no Festival de Verão. Nenhum deles comprometido com o gênero consagrado por Elvis Presley.

As outras atrações, mesmo as roqueiras, deixam a desejar: o sonolento Coldplay, o mediano Red Hot Chili Peppers e os traíras do Metallica (quem conhece o episódio do Napster, sabe porque eles são traíras), nenhum deles capaz de me tirar de casa e pagar para assistir.
O Brasil não é a Inglaterra. O país dos Beatles tem uma tradição de grandes festivais, que acontecem semanalmente em todo o ano, com atrações bem escolhidas e preocupação (não em todos, mas em muitos deles) com a qualidade musical. Aqui não teremos um Glastonbury, um Reading Festival. Nem uma casa do tipo Marquee, nós temos mais, já que o Circo Voador (outrora nosso "Marquee" brasileiro) se vendeu aos "funqueiros".

Uma das desvantagens de ser brasileiro é que para se divertir, tem que abrir mão do prazer e seguir a massa acéfala, que se alegra com o que aparece nos meios de comunicação e se encontra em fase de hipnose preliminar pela supérflua copa que virá em 2014 e que pode deixar estragos nos cofres públicos.

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