quinta-feira, 19 de maio de 2011

A história do Autódromo de Jacarepaguá e seu fim

Nas palavras do piloto Renato Martins (equipe RM/Volkswagem) o fim do autódromo de Jacarepaguá para uso olímpico só tem uma explicação: a exploração imobiliária desenfreada que se alastrou na cidade do Rio de Janeiro, onde os interesses inescrupulosos e politicos falam mais alto.
Após uma breve conversa antes do inicio dos treinos da sexta feira para a 2ª etapa da formula Truck no Rio de Janeiro (dia 3 de abril) o piloto se mostrou muito indignado e triste em saber que aquela corrida seria a ultima de sua vida naquele autódromo histórico, que guarda grandes lembranças de um passado vitorioso do automobilismo brasileiro.
O autódromo de Jacarepaguá foi mal utilizado durante os 34 anos de sua existência (foi fundado em Junho de 1977) e já em 1978, iniciou com o pé direito com a realização do GP Brasil de Formula 1, que antes era realizado em São Paulo e diante de um calor infernal do verão carioca a equipe brasileira Copersucar pilotada pelo grande campeão Emerson Fittipaldi terminou a corrida em 2º lugar, atrás apenas de uma Ferrari pilotada pelo argentino Carlos Reutmann.

Em 79 a categoria volta para São Paulo, só retornando ao Rio em 1982, onde Nelson Piquet venceu em Jacarepaguá com sua Brabham/BMW, porém, após investigações da FIA, descobriu irregularidades no seu carro, desclassificando e dando a vitoria para Alan Prost da Renault.
Em 1983 Nelson Piquet, com sua determinação de campeão venceu novamente em Jacarepaguá com a Brabham, e neste mesmo ano se tornou bicampeão de formula 1, e por concidencia, foi nesta vitoria que a Rede Globo durante a transmissão estreou o tema da vitoria.


Em 1984, num fato histórico e pouco reconhecido, Airton Senna estreou na formula 1 no autódromo de Jacarepaguá, com sua Tolleman.
Em 1985, outro fato histórico Ayrton Senna liderou por uma volta com sua JPS/Lotus/Renault, mas seu carro quebrou.



Em 1986, Ayrton Senna na primeira volta com sua Lotus, joga o inglês Nigel Mansel de encontro a um guard rail, na disputa pela liderança após a largada, e com isso perde a primeira posição para Nelson Piquet, e assim os dois ficaram ate o termino da corrida, nascendo a primeira dobradinha brasileira. Nelson Piquet (Willians-honda) em primeiro e Ayrton Senna (JPS-Lotus-renault) em segundo.

O autódromo de Jacarepaguá era uma referencia para as equipes de formula 1 que chegaram a usalo para os testes de equipes que antecedem o inicio da temporada de formula 1, e em 1989, devido a um grande acidente nos treinos com o piloto Phillipe Streiff da equipe AGS, que capota na curva nonato (onde hoje se localiza a HSBC Arena), e o deixa paraplégico, mostrou a FIA um alerta com a segurança da pista e o despreparo da organização em situações de emergência. E neste mesmo ano Senna conquista a pole position, mas na largada na primeira curva bate em Gerhard Berg e termina sua corrida, mas no final Mauricio Gugelmin da March sobe ao podium em terceiro. E este foi o ultimo ano da formula 1 em Jacarepaguá, onde a FIA o considerou inseguro, e desde então Interlagos passou a ser o circuito brasileiro para a formula 1.


Desde então o autódromo foi sendo abandonado pela administração publica, ficando as moscas e deixando de ter ate competições nacionais, como a stock car.
Em dezembro de 1992 o autódromo chegou até ser usado para um show da banda Guns and Roses que fazia turnê pelo Brasil. Um show memorável, com mais de 100 mil pessoas.
Só em 1995 o então prefeito Cesar Maia faz uma remodelação do autódromo que passou a receber o mundial de moto velocidade e neste mesmo ano é construído o oval, e o Rio de Janeiro passa a sediar a formula Indy, com a Rio 400 em 1996, onde o piloto brasileiro Andre Ribeiro vence a prova.

No inicio de 2001, o então prefeito empossado Cesar Maia decide não gastar mais dinheiro com o autódromo e cancela as corridas da Formula Indy e do mundial de moto velocidade, e apartir daí o autódromo volta a ficar as moscas até a chegada do Pan Americano que mutila o autódromo com a construção de 3 prédios olímpicos dentro da pista, diminuindo o seu traçado glorioso.
Agora, que venham a palhaçada das olimpíadas, e  para dar o tiro fatal no autódromo do Rio de Janeiro, o mesmo será efetuado pelo atual PREFEITO EDUARDO PÃES e pelo GOVERNADOR SERGIO CABRAL FILHO (PMDB) , que terminam com esta historia de glorias e agonias, pois no meio de tantos terrenos gigantescos e abandonados no Rio de Janeiro, tinha que escolher logo o do autódromo. Malditos sejam estes falsos e hipócritas políticos, que após o fim das olimpíadas, vão deixar abandonado este parque olímpico, da mesma forma que deixam a saúde publica a educação e o autódromo de Jacarepaguá.

foto do futuro autodromo que sera construido em Deodoro


Um comentário:

  1. É realmente triste ver essa tentativa de destruição do autodromo de Jacarepaguá. Nós do movimento M.O.T.O.R continuaremos lutando até o fim. Se tiver interesse de uma olhada em nossa pagina: movimentomotor.blogspot.com

    ResponderExcluir